terça-feira, 26 de abril de 2011

Um céu para cachorros.

Será que existe alguém que nunca amou um animal de estimação ? Um daqueles que fizesse parte da sua família ? Um daqueles que se tornasse irreparavelmente importante pra você?  Se é que existe, pode passar de página. Esse texto não faz sentido pra você. Mas faz muito sentido pra mim, que acabei de perder minha melhor amiga dos últimos dezesseis anos. Não consigo lembrar de como era o mundo a dezesseis anos atrás. Na minha cabeça, tudo que existe a esse tempo todo, existe para sempre. E minha cachorra era assim. Meu presente peludo aos 8 anos de idade, conviveu comigo por mais tempo que qualquer outra coisa, animal ou pessoa. E agora eu olho a sua casinha vazia e a tristeza parece ser a mesma de quando perdemos pessoas queridas. Talvez até maior. Minha cachorrinha se foi durante a semana santa e não voltou no domingo de páscoa. Acho que de tanto brincar que ela era imortal, acabei acreditando na idéia. E agora está muito triste e silencioso chegar na minha casa, e esse silêncio esta me incomodando muito. Realmente uma pena eu não estar presente pra me despedir, mas pelo menos levarei sempre a imagem da minha cachorrinha viva. E como sugere o próprio título desse blog, é nessas horas tristes que me vem a necessidade de escrever. E escrevendo eu me pergunto... Pra onde vão os cachorros quando morrem ? Estou tentado a acreditar que existe um céu só pra eles. Para os atropelados, para os que somem e nunca mais voltam, para os que morrem no parto, para todos os outros, e para os que morrem de idade, assim como aconteceu com a minha Chokita. Um céu onde eles pulam, correm, rasgam o lixo e quebram as plantinhas. Vivem sem coleira, tomam banho de chuva, sobem no sofá, comem comida de verdade e latem quando bem tiver vontade. Acho que é lá que minha cachorrinha foi parar. Ela bem que estava precisando de um lugar assim. Dezesseis anos nesse mundo dos humanos não deve ser fácil. Se divirta aí choki. Vou sentir sua falta pra sempre.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Saia da Caverna.

Abandone o mundo virtual. Incorpore mais realidade no seu dia a dia. Mais pele, menos teclado. Mais abraço, menos inbox. Mais vida e menos tela. Mais amigos e menos seguidores.  Volte pro banho de chuva, pro pé descalço e pra casa da avó. Passe mais tempo com as pessoas que realmente se importam com você, e que sempre estarão do seu lado. Leia mais. Escreva mais. Visite aquele amigo que anda distante. Volte para suas longas conversas no telefone. Escreva cartas de próprio punho. Esteja presente na vida das pessoas que você ama. Marque aquela partida de truco, aquele domingo de sol ou aquele sorvete no fim de tarde. Coloque o seu CD favorito pra tocar no último volume. Alugue aquele VHS antigo e estoure um belo pacote de pipoca. Durma cedo. Descanse. Viaje. Conhecer pessoas e lugares é uma das formas mais intensas de se aproveitar a vida. Guarde sua energia para o melhor. Aprenda a gastar o seu tempo e com quem gastar o seu tempo. Platão antecipou já faz algum tempo. O mundo virtual são só sombras na parede, e tolas são as pessoas que se negam a acreditar que o mundo real está lá fora. Saia da caverna. Já perdi muito tempo com isso. Agora tento utilizá-lo de uma forma mais saudável. Tente você imaginar algo espetacular que tenha acontecido na sua vida graças a internet e todas suas redes sociais. Te garanto que suas melhores lembranças vêm de experiências vividas bem longe desse mundo vazio. Tudo isso tem sua utilidade, mas o seu uso já ultrapassou o limite do bom senso a muito tempo. Me desculpe terminar esse texto bruscamente, mas é que meus pais estão ali na sala, e nada nesse computador pode ser mais importante do que passar algum tempo perto deles. E para as pessoas que tem me achado distante, o meu número e meu endereço continuam os mesmos, e o seu convite na vida real será muito bem-vindo.