Acho que na verdade todo mundo tem uma tristeza. Lá no fundo, bem lá dentro mesmo, todo mundo tem. Posto que todo mundo a tem, vai de cada um a forma de controlá-lá. Alguns fazem tão bem que chegam a transmitir uma paz infinita. Outros a transmitem até mesmo na sua forma de caminhar. Tem gente que transforma essa tristeza em bom humor, e consegue levar toda desgraça camuflada em um largo sorriso. Outros tantos fantasiados de rocha se esforçam a cada segundo para essa tristeza jamais se diluir em lágrimas. Mas acho que o padrão é que exista uma transição entre essas últimas duas realidades. Com a idade você perde o medo de chorar e se dá ao direito de se sentir triste, e isso faz uma grande diferença. Você para de fingir que tudo na sua vida vai bem e começa a se tratar como um ser humano. Frágil, volátil, imperfeito, humano. E nada mais humano que a tristeza. E é por isso que, acho que na verdade todo mundo tem uma tristeza.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Amor de mãe.
Revirando coisas antigas encontrei uma redação que escrevi quando tinha ainda meus 14 anos de idade. Coincidência ou não, era exatamente isso que eu precisava escrever no dia de hoje:
" MÃE! Como uma só palavra pode simbolizar tanto?
Talvez porque o nosso alfabeto não conseguiria em sua simplicidade, retratar em palavras o que o amor criou por mágica. Amor tamanho que eu não consigo representar em nenhuma dimensão. Só consigo, apesar de muitas vezes não demonstrar como deveria, afogado na minha ingratidão de filho, te admirar de todas as formas e ter orgulho de ter você na minha vida.
Alguém certa vez disse que mãe é aquela que nos dá a vida. Acho um tanto limitado esse conceito. Mais do que me dar à vida, você me ajudou a construí-la, e uma das coisas que mais me assusta, é pensar que um dia poderei estar longe de você.
Muito obrigado minha mãe, por me entender mesmo quando eu estava errado, por me amar mais quando eu menos merecia, por relevar quando não consigo demonstrar o quanto você significa para mim, e se hoje me sinto mais preparado para enfrentar o mundo, é porque você me ensinou tudo, e porque sei que quando precisar, terei você ao meu lado.
Hoje o dia, o beijo, o abraço, o carinho e o agradecimento são seus, embora você mereça isso em todos os segundos de todos os dias do ano.
Sempre digo que as pessoas não sabem o que realmente significa amar uma pessoa. Mas o que sinto por você minha mãe, não pode ser outra coisa."
Os anos se passam e o amor e a admiração só aumentam. Feliz Aniversário !!!
Os anos se passam e o amor e a admiração só aumentam. Feliz Aniversário !!!
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Rock in Rio 2013 - Primeiras atrações confirmadas.
Após o sucesso da 4ª edição do festival, os organizadores do Rock in Rio não perderam tempo e já começaram a montar a programação de shows para a edição de 2013. A intenção é aumentar a venda antecipada de ingressos que já está disponível no site oficial do evento (www.rockinrio.com.br). Segundo informações não oficiais , a grade de atrações do segundo final de semana já está praticamente confirmada. Confira os shows que prometem mais uma vez levantar o público na cidade do rock.
- Quinta-Feira (Black e Surf Music) : Engenheiros do Hawaii, O Rappa, Jack Johnson, 50 Cent e Black Eyed Peas.
- Sexta-Feira (Pop Music): Lulu Santos, Adele, Britney Spears, Lady Gaga e U2.
- Sábado (Heavy Metal): Sepultura, Megadeth, ACDC, Rage Against the Machine e Iron Maiden.
- Domingo: (Rock): Rite Lee, Charlie Brown Jr, Blink 182, Foo Fighters e Green Day.
As demais atrações serão definidas futuramente através de votação online.
Maiores informações: www.rockinrio.com.br
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Eu já fui criança.
Eu já fui criança e tive medo de palhaço. Nunca entendi como o cara que me fazia sorrir era o mesmo que preenchia minha cueca quando estava de pertinho. Eu ajudei o Goku contra o Freezer, chorei na morte do Mufasa e tenho na minha cabeça um final perfeito para a Caverna do Dragão. Eu fui criança e lembro quando assisti o Chaves indo pra Acapulco pela primeira vez. Foi mesmo um choque saber que o pessoal poderia sair daquele cenário. Sabia (e ainda sei) a música de abertura do Cavalo do Fogo, dos Ursinhos Carinhosos, do Aladin e de tantos outros. Estourei o tampão do dedo jogando mofeira, assisti o Street Fighter no cinema, decorei as falas dos Cavaleiros e as 12 casas e em um certo Natal pedi um carro como o do Cirilo para o Papai Noel. Bati bafo, joguei tazzo, tive uma casa na árvore e quebrei o dente do meu irmão brincando de escorregar no sabão lavando a área. Já fiz planos de fugir de casa, mudar pra Terra do Nunca, pra Hogsmeade ou pra Minessota. Já tive uma base subterrânea, e uma em cima do telhado também. Já tive uma namorada e todo mundo sabia disso, menos a desgramada e o cara mais velho que pegava ela. Joguei bola com caxumba e morri de medo de descer aquilo tudo pro saco. Fingia que podia falar com o Zordon com o meu relógio Cassio a prova d`agua. Já esqueci de devolver o casco de coca e de rebobinar a fita vhs. Já fiz isso de propósito também. Já tentei construir uma maquina do tempo e impedir o Senna de entrar naquele carro. Fiquei um dia inteiro ouvindo Mamonas, Raimundos e Claudinho e Buxexa no meu walk man. Montei armadilhas pela casa me achando o Macaulay Culkin, fingi choro para diminuir a surra, e fiz de conta que estava dormindo várias vezes para evitar outras tantas. Eu já fui o Mosca de Chiquititas, o Jason dos Power Rangers, e o Jupiter dos Cybercops. Zerei Zelda, Goof Troop, Alex Kid, Super Mario World, Sonic, Resident, Mortal Kombat, Briga de Rua, Double Dragon, Doom, Super Star Soccer e Top Gear. Já fui em um show de Sandy e Junior e tenho ate hoje todas as playboys da Feiticeira. Já me pediram um real no taito e também no ponto de ônibus. Já tive que esperar passar da meia noite pra poder usar a internet e pagar apenas um pulso. Lembro do tempo que o Chucky, o Pânico, o Fofão e o Palmeiras davam medo. Já fiz isso tudo e tantas outras coisas, e ainda por vezes escuto de alguém mais velho dizer que meu tempo de infância já não foi dos melhores, que o tempo deles é que era bacana. Será mesmo ? A verdade é que a infância é sempre mágica, mas só faz sentido pra quem está passando por ela. Depois você fica velho, chato e ranzinza, e para de ver sentido nessa que é sem dúvida nenhuma a melhor fase da vida.
Feliz dia das crianças para você que não deixou a amargura dos anos congelarem seu espírito infantil.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Minha prima vai se casar.
Acho que todo mundo tem uma
prima assim, ou pelo menos deveria ter. Aquela prima mais velha sabe ? Aquela
que junta os primos naquele final de semana que tinha tudo para ser sem graça.
Aquela que te carregou no colo quando você ainda era um bêbê, que lia histórias
quando estava um pouquinho maior, que pegava no seu pé pra você mastigar de
boca fechada, que te levava pro clube nos domingos ensolarados, e nos chuvosos
também. Aquela que fantasiava a chegada do papai noel e fazia pegadadas
mostrando por onde o coelhinho da pascoa passou. Aquela que justamente por ser
mais velha, também acompanhou tantas outras fases. Te levou no shopping, no
cinema, na igreja e no colégio. Te levou naquele show quando voce ainda não
tinha idade para entrar. Te ensinou a fazer aquela torta de sonho de valsa.
A prima que dava o toque de o que e quando vestir alguma roupa quando a vaidade
da adolescência comecou a chegar. Te ajudou a chegar naquela menininha na praia
que você nao tinha coragem. Te ensinou a valorizar a sua família. Te ensinou
aquela coreografia do "É o tchan" que só ela sabia. Que te deu aquela
bronca quando voce mereceu, e te fez sorrir das suas histórias tantas vezes
depois. Sabe essas primas assim ? Que de tão proximas viram uma mistura de
prima, tia, amiga e irma ? Pois bem, eu tenho uma prima exatamente assim. Uma
prima que de tão especial passou a ter várias mães, vários pais, várias filhas
e vários irmãos e irmãs. Ela se casa nessa sexta, e não conheço outra pessoa
nesse mundo que tenha sonhado tanto com esse dia como ela. Sonhou tanto, que
fez todos sonharmos essa dia por ela. Eu sonhei, torci, esperei. E agora esse dia
chegou, e esse texto é em homenagem a isso minha prima. Sua alegria é a minha.
Nao vejo a hora de te ver entrar com aquele vestido branco que sempre te imaginei.
Obrigado por ter sido essa prima que fez tudo isso descrito aqui, e tantas
outras coisas que nao caberia em uma simples folha de papel. Já nao precisa
mais sonhar Lélé, o seu grande dia chegou!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Carta para o meu grande amor
Olá, tudo bem ? Como vão as coisas por aí ?
É estranha a idéia de começar uma carta pra uma pessoa que provavelmente eu não conheça ainda. Mais complicado ainda é escolher o endereço do remetente, já que não tenho a menor idéia de onde você esteja, até porque se soubesse, não estaria andando por aí feito um louco a te procurar. O que posso afirmar com absoluta certeza é que embora você esteja demorando para aparecer, de alguma forma eu sei que vou te encontrar. Não sei quando, muito menos como, mas sinto que vai acontecer. As vezes penso que essa demora, apesar de muitas vezes complexa, teve o seu lado positivo pois me deu a oportunidade de passar por muitas coisas. Conhecer pessoas e lugares incríveis. Conhecer pessoas e lugares que eu preferia não ter conhecido. De tudo que você possa imaginar, e tudo de grande valor para o meu crescimento pessoal. Aconteceu de pensar por algumas vezes que tinha te encontrado. Certa vez até tive certeza disso. Hoje chego a acreditar que ainda não te conheço, ou se te conheço, ou eu ou você ainda não nos demos conta disso. Provavelmente os dois. Não me arriscaria afirmar nada. O fato é que sempre fiquei tentando te encontrar nas pessoas que eu gostaria que fossem você, e a duras penas aprendi que primeiro precisamos esquecer do que queremos para entender o que merecemos. E diga-se de passagem, por tudo que tenho visto por aí, acredito que mereço algo especial. Agora que me conscientizei disso ficou tudo mais fácil. Deixo a cargo do acaso escolher o momento certo de esbarrar com você por aí. A frase é feita: “ o segredo é não procurar ” , e eu demorei um bom tempo para entender isso. Com o tempo aprendi que não vale de nada a chegada ao destino, se você não souber aproveitar tudo o que o caminho até lá tem a oferecer. E depois que me dei conta disso, percebi também que o tal caminho pode ser até divertido, basta saber tirar aprendizados de cada situação vivida, e eu tenho aprendido muito. Vou encerrando por aqui. Como não posso ainda te enviar essa carta agora, vou guardá-la até o momento propício. Deixo marcado com você que um dia a leremos juntos. Não vejo a hora.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Meu amigo vai se casar.
Meu amigo vai se casar. Me desculpem se essa frase se tornar muito recorrente durante o texto, mas é que estou tentando repeti-la a alguns meses para ver se consigo me dar conta da situação. Talvez não pareça, mas a coisa toda é complexa. Meu amigo que estudou comigo desde a 1ª série até o 3° ano do Ensino Médio se casa na próxima sexta-feira. Tenho certeza que vai ser diferente de todos os casamentos que já fui na minha vida. Confesso que nunca fui muito fã de casamentos. Não achava a menor graça e um tanto idiota aquelas pessoas que se emocionavam com aquele ato que ao meu ver parecia tão burocrático e ilusório. Mas tudo isso mudou a partir do momento que comecei a acompanhar casamentos de pessoas que realmente são próximas, de pessoas que fizeram parte da minha vida e que me fizeram parar para pensar finalmente de como será o dia que eu estiver ali, porque embora ainda distante, tenho certeza que vai acontecer. Ver meus primos mais velhos e amigos de profissão se casando fez com que eu mudasse minha visão sobre a cerimônia. Sexta vai ser especial não só porque o cara que estará se casando acompanhou a maior parte da minha vida, mas principalmente porque eu vi a história do casal acontecer. Lembro do dia que se conheceram, lembro das brigas, dos aniversários de namoro, das dificuldades e das alegrias. Lembro como ocorreu de um simples namoro de adolescência ir tomando ares de algo eterno. Meu amigo vai se casar. O primeiro dos meus amigos que se casa. O primeiro que deixa a casa dos pais. A casa com o quintal com o pé de abacate, o prédio de onde jogávamos papel higiênico molhado nos vizinhos, a escadaria onde aconteciam os beijos nas festinhas... Meu amigo não vai morar mais lá. Vai ter uma casa só dele. Vai ter filhos, quem sabe até um cachorro. Vai ter uma esposa, e diga-se de passagem, nesse quesito ele deu muita sorte. Em tempos de casamentos tão incertos, esse sim é um que tem tudo pra ser bem sucedido. Meu amigo vai ser casar e todos os outros estarão lá, assim como a gente sempre planejou. Por diversas vezes brincamos de acertar quando e quem seria o primeiro. Chegou a hora. Meu amigo vai se casar. E esse texto foi a forma que arranjei de me convencer de que esse momento chegou, que os anos se passaram, que os desafios agora são outros, e principalmente, de desejar ao casal toda a felicidade desse mundo, dizer que estou orgulhoso de ser padrinho de vocês, agradecer pela amizade de sempre e por me deixar fazer parte da história de vocês. Está chegando a hora. Nos vemos no altar.
sábado, 6 de agosto de 2011
Não existe clássico no futebol goiano.
Não existe clássico no futebol goiano. Aliás, chego a pensar o quanto há de verdade no próprio futebol goiano. Um jogo onde um time tem mais que o dobro de vitórias sobre o dito “rival”, não é clássico. Um jogo que não consegue colocar 15 mil pessoas no estádio não é clássico. Um time que não consegue vencer o seu grande rival não é time. Um time que precisa cobrar 2 reais no ingresso pra não ser abandonado pela própria “torcida” não é time. Um jogo onde a própria imprensa atrapalha o “espetáculo” transmitindo ao vivo até mesmo para cidade da partida não pode ser sério. Dois times que em mais de 65 anos não conseguiram sequer um título no cenário nacional não podem ser respeitados. Dirigentes que pensam pequeno e que se contentam em serem coadjuvantes não podem seguir gerindo futebol. Torcidas que se limitam a cantar músicas copiadas de outras torcidas e somente quando o seu time está bem na partida não são torcidas. A mídia goiana tenta manter viva essa mística em torno do clássico goiano, mas a verdade é que somos insignificantes no parâmetro nacional. Seja você torcedor do Goiás, que se contenta em ser maior do que o seu rival nanico, ou seja você vilanovense, que se acha especial por ter uma torcida mais apaixonada do que a outra que em sua maioria nem apaixonada é, a verdade é que nosso futebol é medíocre e que tende a ser assim por muito tempo. E depois ainda vem você com aquela babaquice de querer que os goianos torçam somente pelos clubes do estado. Torcer pro Coiote contra o Papaléguas até quando ?
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Tudo termina em 15 de julho.
Acho que não poderiam pensar uma frase melhor para esse último filme da saga Harry Potter. É realmente isso, tudo termina na próxima sexta-feira. Nunca mais teremos uma estreia de Harry Potter nos cinemas, nunca mais teremos as análises do que foi bom e o que deixou a desejar em cada filme, nunca mais iremos a uma pré-estreia lotada em plena meia noite, com pessoas fantasiadas e ansiosas por um filme. Pra mim, e pra centenas de fãs espalhados por todo o mundo, não é uma data feliz. Na verdade, a relação dos fãs de HP com os filmes foi sempre muito complexa. Lembro que odiava os primeiros filmes. Primeiro porque sempre achava que a adaptação deixava de fora algumas partes fundamentais, depois porque transformava meu livro favorito em uma história infantil, e finalmente, e principalmente, porque popularizava o Harry. Dava a oportunidade para pessoas que nunca se deram ao menos ao trabalho de pegar um dos livros para ler, querer opinar sobre a história, julgar, criticar e achar que sabe o que é HP. Não sabem. Quem nunca pegou um livro de HP e o digeriu palavra por palavra, não sabe nada sobre HP, não conhece a magia da J K Rowling e não entende como um história de um bruxo atrapalhado pode ter virado o fenômeno mundial que marcou toda uma geração. A sensação de pegar um novo livro do Harry pra ler é indescritível. A narrativa incomparável e os incríveis finais de cada capítulo são épicos. Tudo sempre foi muito especial. Os anos esperando cada lançamento, os spoilers vazando na internet, os debates explodindo em fóruns de todo o mundo, teorias, versões, expectativa. A encomenda nas livrarias. As madrugadas de leitura. Isso é Harry Potter. Uma única história que conseguiu mobilizar pessoas de todas as idades no mundo inteiro. Após o lançamento do sétimo livro e da brilhante conclusão da saga, restou a nós, leitores apaixonados, apenas os filmes. Dessa forma, carentes que ficamos, os filmes passaram a cumprir um papel importante e se tornaram presença certa a cada ano que se passava. Sou fã de Harry Potter assumido, desde o dia que um velho amigo me emprestou a Pedra Filosofal, quando ainda tinha meus 13 anos. Foi especial esperar por cada livro e por cada filme. Quem é fã entende, quem não é jamais entenderá. Pois bem, tudo isso termina agora. A última parte, do último filme. Não é como reler o último livro novamente, mas chega a ser quase isso. A ansiedade bate e a vontade é que o filme dure umas 8 horas. Pessoas de todo o mundo estarão lotando salas de cinema nessas próximas semanas pela última vez, se despedindo desse fenômeno que nunca mais vai se repetir. Vai acabar. Tem que acabar. Então que assim seja. Tudo termina em 15 de julho.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Querido Diário - Versão Piriguete
Nossa, quanta coisa pra te contar! Que dia mara. As coisas começaram a dar certo logo cedo. Na facul acho que finalmente o Ricardinho olhou pra mim quando passei fingindo que ia na copiadora. Odeio quando ele combina aquele moletom listrado com o boné de agroboy, mas acho até que eu conseguiria me adaptar com isso sabendo que o pai dele é dono de uma das maiores fazendas do Mato Grosso. A 4ª aula de hoje foi do professor de cálculo. Ele não é lá grande coisa, mas é professor né? E daí se ele é casado ? Você sabe do meu fraco por professores. Já faz 2 meses desde que parei de ficar com o professor de Ética. Pelo menos serviu pra ele me aprovar no final do semestre. Preciso colocar essa fila pra andar. Hoje almocei com a Lú. Tudo bem que ela é meio cafona e só sabe falar daquele ex namorado pamonha dela, mas o fato do pai ser dono da churrascaria ajuda bastante. Meu medo é que ela um dia descubra que dei uns pegas no pamonha, aí vou ter que arrumar outro lugar pra almoçar. Passei a tarde no salão da tia insuportável da Sophia e no final da tarde fui pra academia. Por falar nisso, semana que vêm vence a anuidade, acho que vou acabar tendo que voltar a falar com meu pai. Manter a forma na academia mais badalada da cidade não é fácil não. Pensei que ia garantir um desconto quando sai com aquele instrutor baixinho de lá, mas não deu muito certo não. Já estou em casa e de banho tomado. Minha mãe ta aqui me torrando o saco pra ir dar um abraço de feliz aniversário na tia Bety, mas eu não vou nunca na vida. Festas de família são o ó. Hoje já marquei de ir naquele barzinho onde o Otavinho toca. Já aprendi que instrumentista não faz ninguém mudar de vida, o que quero mesmo é um vocal. Mas até que o Bernardo volte da turnê em Piracanjuba, vou me virando com o Otavinho mesmo. Acho que depois do barzinho eu e as girls vamos nos jogar na balada. Ainda tenho o celular daquele promoter gatinho. Ele não sabe conversar e anda de carro popular, mas sempre consegue ótimos camarotes. Agora preciso ir. Tenho que desocupar o note da minha prima. Ela esta aqui me enchendo o saco pra terminar um artigo para uma tal revista científica aí. Tem gente que não tem mesmo o que fazer! Odeio essas futilidades! Fico por aqui bêbê. Amanhã nos falamos. Kisses.
terça-feira, 31 de maio de 2011
Perdão, eu não sabia o que era Bullying.
Me desculpem. É que eu pensava que Bullying era aquela coisa de fazer o Cafellying. ... Tá... Ok... Tudo bem... Piadinha muito fraca. Mas foi a única forma que me veio a mente pra começar esse texto de desculpas de uma forma mais suave. Eu juro. É verdade. Eu não sabia o que era Bullying. Na verdade, o termo ainda não existia, e confesso que se existisse como lei, assim como acontece hoje, eu provavelmente estaria escrevendo esse texto de dentro de uma penitenciária qualquer. Mas eu reafirmo, eu não sabia. Não fiz por mal. Por isso gostaria de pedir desculpas a todos aqueles que causei danos irreparáveis na infância e adolescência. Primeiramente queria me desculpar por cada apelido. Gonorreia, subaquentinho, atorado, batoré, rabiola, costelinha, Joel Santana, Sonia no Picadeiro, gógó, perereca, pocasombra, pelasaco, mupetsbaby ... e tantos outros apelidos que inventei ou ajudei a propagar. Queria me desculpar com o Pedro Ivo por sempre esconder a muleta dele antes do sinal do recreio. Ao Leonardo por ter quebrado o seu dedo mindinho, por ter destruido sua agenda supersônica e por aquela vez ter jogado seu estojo no vaso sanitário. (E por ter dado descarga também.) Queria me desculpar pela campanha de doativos que fiz para família do Pedro Tiago no ensino médio, por ter abaixado todas as vezes que o Arão girava seu belo nariz pro meu lado, por ter esfolado o João Ricardo naquele campeonato de golzinho, por ter feito o Pedro Fidellys fazer aquele strip-tease na calçada da minha avó, pelo estica no poste e por ter feito ele e a Nayara dançar uma tarde inteira naquele torneio de coreografias do É o Tchan. Queria pedir desculpas ao meu irmão por rasgar os fundos das sacolas quando íamos pegar as compras no carro e por aquela vez que enterrei seu travesseiro no pé de acerola, por ter juntamente com meu grupo de amigos, descriminado tantos coleguinhas durante a faculdade, por esconder o Hidrocin do Bruno quando ele tinha crise asmática, por provocar o Yuri só porque sabia que ele vomitava quando chorava, por ter jogado a blusa oficial do Flamengo do Rodrigo no meio do rebanho de Nelores, por ter dado um cd falsificado dos Beatles pro meu professor de redação em um amigo secreto de R$50,00 reais, por não ter ido a aula nesse dia e pedido pro Pedro Henrique entregar o presente pra mim, por arremessar a ursinha de estimação da Fernanda dentro do galinheiro, por ter colado o pote de liquid paper no ventilador de teto da sala de aula e principalmente por ter deixado o Jivago levar a culpa. Queria que me perdoassem ainda por ter inventado uma Rifa e vender pro pessoal da faculdade só para eu ir pro Caldas Fest, por ter colocado pó de mico no sabão aquela vez que os primos mais velhos combinaram de escorregar na área da vóvó, por ter alterado a fala do Bruno Escovinha antes da apresentação de Português, por inventar aquele ofício de suspensão e fazer o Daniel ficar 3 dias sem ir na aula, por ficar chamando a Mailys pra brincar de pique esconde mesmo sabendo que ela era cadeirante, por ter quebrado o pote de porcelana da tia Sônia e deixar o Lucas pagar o pato, por todos os trotes sem graça, por atormentar as aulas dos meus queridos professores, pelas cartinhas anônimas, por inventar novas regras no meio de qualquer tipo de jogo, por resetar o super nintendo quando tomava gol, por ter gerado tantas guerras dentro da van escolar, por rir da sua cara naquele tombo que vc quebrou a clavícula, por tudo isso, e por tantas outras coisas que minha mente ainda ingênua não reconhecia como graves. Espero que consigam superar de todo e qualquer trauma por mim causados, que sejam felizes e não alimentem nenhum sentimento de vingança, afinal, como disse, eu não sabia o que era bullying.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Quando você percebe que tem ouvido sertanejo demais ...
Em tempos de pecuária, o cara sabe que tem exagerado um pouco no sertanejo, quando decide escrever uma cartinha de amor, e o que sai é mais ou menos assim...
Receita Médica:
2 horas de Rock e Música Eletrônica ao dia por 1 mês.
3 meses sem frequentar a Santa Fé e a Búfalos.
Boa Sorte
" Oi amor. Tenho tentado escrever uma carta diferente, pra falar de sentimento e paixão. Já nem sei quantas vezes eu perdi o sono com essa saudade de você. Na verdade, eu preciso te dizer que eu te quero, que preciso e que te espero. Você machucou demais esse meu coração, feriu por dentro, deixou saudades e o veneno da paixão. Confesso que não acreditei quando falou e pensei que fosse da boca pra fora. Olha amor, a saudade doi demais, roubou toda a minha paz, tá difícil te esquecer. Meu coração ta disparado, e eu conto as horas pra você voltar pra mim. Eu tenho te lembrado tanto, você nem imagina. Estou mesmo confuso. Não sei se o melhor é deixar o tempo e ver no que vai dar, ou fazer um leilão desse meu coração. Só sei que esse romance ainda vive em mim, e eu estou num beco sem saída. Você sabe que a carne é fraca e o coração é vagabundo, e por isso algumas vezes eu procurei em outros corpos sentir seu calor, mas foram tentativas em vão. É você que eu quero. Sei que ainda pensa em nós pois quem esqueceu não chora e nem rola pela cama. Por isso resolvi deixar meu orgulho de lado. Não tenho vergonha de assumir que estou apaixonado e não to nem ligando pro que vão dizer. Eu ainda quero ser seu homem se você quiser. Se eu pedir cê volta ? Aguardo sua resposta. "
Receita Médica:
2 horas de Rock e Música Eletrônica ao dia por 1 mês.
3 meses sem frequentar a Santa Fé e a Búfalos.
Boa Sorte
terça-feira, 26 de abril de 2011
Um céu para cachorros.
Será que existe alguém que nunca amou um animal de estimação ? Um daqueles que fizesse parte da sua família ? Um daqueles que se tornasse irreparavelmente importante pra você? Se é que existe, pode passar de página. Esse texto não faz sentido pra você. Mas faz muito sentido pra mim, que acabei de perder minha melhor amiga dos últimos dezesseis anos. Não consigo lembrar de como era o mundo a dezesseis anos atrás. Na minha cabeça, tudo que existe a esse tempo todo, existe para sempre. E minha cachorra era assim. Meu presente peludo aos 8 anos de idade, conviveu comigo por mais tempo que qualquer outra coisa, animal ou pessoa. E agora eu olho a sua casinha vazia e a tristeza parece ser a mesma de quando perdemos pessoas queridas. Talvez até maior. Minha cachorrinha se foi durante a semana santa e não voltou no domingo de páscoa. Acho que de tanto brincar que ela era imortal, acabei acreditando na idéia. E agora está muito triste e silencioso chegar na minha casa, e esse silêncio esta me incomodando muito. Realmente uma pena eu não estar presente pra me despedir, mas pelo menos levarei sempre a imagem da minha cachorrinha viva. E como sugere o próprio título desse blog, é nessas horas tristes que me vem a necessidade de escrever. E escrevendo eu me pergunto... Pra onde vão os cachorros quando morrem ? Estou tentado a acreditar que existe um céu só pra eles. Para os atropelados, para os que somem e nunca mais voltam, para os que morrem no parto, para todos os outros, e para os que morrem de idade, assim como aconteceu com a minha Chokita. Um céu onde eles pulam, correm, rasgam o lixo e quebram as plantinhas. Vivem sem coleira, tomam banho de chuva, sobem no sofá, comem comida de verdade e latem quando bem tiver vontade. Acho que é lá que minha cachorrinha foi parar. Ela bem que estava precisando de um lugar assim. Dezesseis anos nesse mundo dos humanos não deve ser fácil. Se divirta aí choki. Vou sentir sua falta pra sempre.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Saia da Caverna.
Abandone o mundo virtual. Incorpore mais realidade no seu dia a dia. Mais pele, menos teclado. Mais abraço, menos inbox. Mais vida e menos tela. Mais amigos e menos seguidores. Volte pro banho de chuva, pro pé descalço e pra casa da avó. Passe mais tempo com as pessoas que realmente se importam com você, e que sempre estarão do seu lado. Leia mais. Escreva mais. Visite aquele amigo que anda distante. Volte para suas longas conversas no telefone. Escreva cartas de próprio punho. Esteja presente na vida das pessoas que você ama. Marque aquela partida de truco, aquele domingo de sol ou aquele sorvete no fim de tarde. Coloque o seu CD favorito pra tocar no último volume. Alugue aquele VHS antigo e estoure um belo pacote de pipoca. Durma cedo. Descanse. Viaje. Conhecer pessoas e lugares é uma das formas mais intensas de se aproveitar a vida. Guarde sua energia para o melhor. Aprenda a gastar o seu tempo e com quem gastar o seu tempo. Platão antecipou já faz algum tempo. O mundo virtual são só sombras na parede, e tolas são as pessoas que se negam a acreditar que o mundo real está lá fora. Saia da caverna. Já perdi muito tempo com isso. Agora tento utilizá-lo de uma forma mais saudável. Tente você imaginar algo espetacular que tenha acontecido na sua vida graças a internet e todas suas redes sociais. Te garanto que suas melhores lembranças vêm de experiências vividas bem longe desse mundo vazio. Tudo isso tem sua utilidade, mas o seu uso já ultrapassou o limite do bom senso a muito tempo. Me desculpe terminar esse texto bruscamente, mas é que meus pais estão ali na sala, e nada nesse computador pode ser mais importante do que passar algum tempo perto deles. E para as pessoas que tem me achado distante, o meu número e meu endereço continuam os mesmos, e o seu convite na vida real será muito bem-vindo.
terça-feira, 8 de março de 2011
Dia Internacional da Mulher.
Faz tempo que planejo escrever um texto em homenagem a mulher. Gostaria de escrever algo tocante, verdadeiro e profundo. Um texto que simbolizasse toda a complexidade feminina, especialmente para aquelas que de alguma forma fizeram ou ainda fazem parte da minha vida. Queria escrever sobre sua força e o seu poder de resistir as dificuldades. Sobre sua capacidade de suportar a dor, de se mostrar segura nos momentos mais complicados, e de ser sempre tão frágil nas horas mais simples. Do fato de conseguir, com tanta propriedade, ser o pilar principal que sustenta uma família inteira, e da maneira sublime que ainda consegue enxergar o amor, mesmo com todas as decepções sofridas nessa vida. Teria também que destacar o fato de você ainda não ter banalizado o sexo, e confessar que sempre quando discordo de você, existe uma forte tendência de que eu esteja errado. Tinha que assumir que é mágico estar sempre tão apaixonado e dependente de você, e que a nossa distância física, mesmo que momentânea, me deixa doente. Assumiria também que sou mais fraco que você, que seus conselhos são o que me mantém no eixo, e que o seu poder de ser mãe e resistir a isso com o amor mais sublime que existe, me faz parecer um anão perto da sua grandeza. Afirmaria que suas lágrimas frequentes, são a maior prova da sua força, pois eu sinto a mesma vontade todos os dias, mas me falta coragem para permitir que elas aconteçam. Queria escrever sobre tudo isso, e tantas outras coisas que admiro em você, mas acontece que sou homem, e isso muito me limita. Comecei esse texto por inúmeras vezes, mas em nenhuma consegui atingir a complexidade que gostaria. Então o que restou foi esse retalho de texto, uma admiração profunda, uma vontade de abraçar as mulheres que sustentam meu dia-a-dia, e as que são importantes mesmo estando longe de mim.
Homenagem do Dia Internacional da Mulher para todas as leitoras do blog.
terça-feira, 1 de março de 2011
São as águas de março fudendo o verão.
Acho que não foi bem assim que o tal do Tom escreveu, mas tenho certeza que era exatamente isso que ele pensou. Primeiro de março de 2011. Será que é isso mesmo? Na verdade, não sei bem como foi que tudo aconteceu. Lembro do champagne na taça de plástico, da senhora do 403 me abraçando com o seu suvaco peludo e do tio Epaminondas queimando o bigode com a última caixa de foguetes. Reveillon em família é sempre assim. Pelo menos na minha família. Gente feliz, abraços suados e luzes no céu. Terminei de repetir o pernil defumado e ainda deu tempo de pegar a apresentação do Engenheiros no Show da Virada. Escovei os dentes com a escova da minha irmãzinha, já que não podia entrar no banheiro interditado pelo patrão do meu pai. Ô sujeitinho do cú azedo. Dormi sorridente pensando no decote da namorada do tio Carlão. Acordei com minha mãe me chamando da varanda, doce como uma fada: "Você ainda tá dormindo fídumaégua." Levantei tão depressa que não deu tempo de pensar no quão esquisito era ir estudar no primeiro dia do ano. Deixei a Nandinha na creche e corri para a escola. O espanto só me veio quando a professora de Estudos Sociais entrou na sala de aula com sua pochete roxa tampando metade da calcinha bege, e escreveu no quadro a data de hoje. Primeiro de março, dá pra acreditar nisso? Agora estou aqui na aula de redação, escrevendo esse texto e tentando entender o que anda acontecendo com o tempo. Quem anda fazendo o relógio voar descompassado, e porque todo mundo finge que isso tudo é normal ? Eu quero meus dois meses de volta. Quero que os anos passem como antigamente, e quero voltar a sentir que meu aniversário demora a chegar. Sei que a pelancuda sentada ali na minha frente vai zerar minha redação quando ler isso, mas se você conseguir ler antes dela, me ajude se indignando também com essa covardia do relógio. Chega de ter que fazer tudo correndo sem ver a vida passar. Eu quero manhã com cheiro de recreio, tarde com soneca, filme, pipoca e pique-esconde.Quero noite com livro literário e um bom chocolate quente. Quero acordar sem o barulho do despertador e quero férias longas o suficiente para desejar que ela acabe logo. Se você quer isso também e se assim como eu não concorda com a velocidade das coisas, passe essa minha redação pra frente, antes que a pelancuda rabisque ela inteira com suas correções idiotas.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Você está ficando velho !?
Você sente que está ficando velho quando velhos hábitos se tornam desinteressantes. A TV retrata bem isso. Você pula de canal em canal tentando achar os programas que não existem mais. Você acha que tudo que passa hoje em dia é pior do que o que passava antes, e quer fazer analogias e comparações dos programas atuais com os da sua época. Você não sabe mais o nome dos atores das novelas e acha que todos eles atuam muito mal. Só você sabe porque a novela das 5 se chama Malhação, e sempre que pode acompanha aquela pérola do vale a pena ver de novo. Você sente a idade chegando quando resolve sair de casa. Principalmente quando o lugar mais agitado que você tem frequentado é um cinema no sábado a noite. Sábado não, durante a semana que é mais barato. Pessoas velhas adoram fazer economia. O pior é quando fica na torcida para o final de semana chegar para simplesmente ficar em casa descansando, ou participar da pamonhada na casa da Tia Soraia. A coisa está feia. O carinha da locadora te conhece pelo nome. Você resolve ir naquela balada bacana, e encontra sua priminha que você costumava pegar no colo. Aquele vizinho fofinho passou no vestibular. As boates e os bares que você gostava mudaram de nome. Os filmes da sessão da tarde você viu no cinema. As músicas que tocam no momento retrô das festas, são justamente aquelas das bandas que você gostava. E por falar em música, nenhuma banda atual presta mais. O Faustão está magro. A Mara Maravilha virou pastora. A Feiticeira também. O Exterminador está engravatado, o Mocotó apresenta o vídeo show, a Fada Bela casou com o apresentador do H e nada disso faz o menor sentido. Todo lugar que você vai, sai reclamando que não foi bom porque só tinha "menino". Cada vez mais você reclama do ano que insiste em passar mais depressa, e adora comentar qual era o preço das coisas na sua época. O Lula enfim venceu, governou por 8 anos e já saiu outra vez. 8 anos, dá pra acreditar? Você começa a ter preguiça dos lugares, e especialmente das pessoas. É constrangedor ouvir uma expressão adolescente que você não sabe o que significa, assim como é complicado tentar explicar o significado do verbo "rebobinar". As reuniões com seus primos e amigos acabam sempre naquela sessão nostalgia dos bons e velhos tempos. Você não consegue acostumar com a Coca Cola Zero, e sente saudade do Baré de TuttiFrutti. Seu ídolo esportivo virou comentarista. Tem uma esponja de calça quadrada falando com a voz do Goku. Os convites de formatura e casamento dos seus amigos insistem em chegar. Carnaval ta aí e os seus planos se resumem em terminar de ver aquela série em DVD. Você se emociona até em propaganda de margarina, e se identifica todo com os textos de eliminação do Pedro Bial. Está muito quente, está muito frio, tem chovido demais. É meus caros. O tempo tem sido cruel. A vida nem sempre nos dá o tempo que precisamos para aproveitar a singularidade de cada momento. Tudo passa, e passa muito depressa. Mas posso te garantir. Existem milhões de adolescentes e idosos por aí que dariam tudo para ter exatamente a idade que você tem agora. Portanto não deixe esse mar de lembranças afogar você. Adapte-se a sua nova condição, aceite o seu novo momento e aprenda a aproveitá-lo do seu modo, pois assim como você sente falta do tempo que já passou, daqui uns anos também lembrará com saudade desse tempo que se passa exatamente agora.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Eu vi Ronaldo.
Eu vi Ronaldo surgir para o futebol. Dentuço e franzino, já chamava atenção com a camisa do Cruzeiro. Vi Ronaldo acompanhar a copa de 94 como ilustre coadjuvante, e vi quando começou a conquistar a Europa em terras holandesas. Lembro bem de quando Ronaldo assombrou o mundo atuando pelo Barcelona. Suas arrancadas do meio campo são eternas. O problema médico antes da final de 98 manchou uma das maiores campanhas de um jogador em um mundial. O vice campeonato era pouco pra tamanho talento. Na Itália Ronaldo virou Fenômeno e reinou com a camisa da Inter. Foi quando que em uma arrancada ao seu estilo, caiu aos prantos com uma gravíssima contusão de joelho. Ouvi muitos dizerem que o Fenômeno estava morto para o futebol, mas na reta final para a copa de 2002, vi ele ressurgir. Foi a sua copa. Artilheiro do campeonato, dois gols na decisão. Mais do que nunca, Ronaldo foi fenômeno. Tive também a honra de ver Ronaldo atuando pelo Real Madrid em um dos melhores elencos da história, e o vi ainda mais imortalizado ao marcar seu décimo quinto gol na copa de 2006 e se consagrar o maior artilheiro da história das copas. Eu vi Ronaldo sofrer outra contusão jogando pelo Milan, e o vi renascer mais uma vez brilhando em sua primeira temporada com a camisa do Corinthians. E é justamente o fato de ter visto tudo isso que faz dessa segunda-feira um dia muito triste. Ronaldo vai parar. Nunca mais vou vê-lo em campo. Suas arrancadas, seu raciocínio rápido, seus dribles. Tudo isso vai virar arquivo. Nunca mais verei o Fenômeno comemorando um gol com o dedo indicador levantado. Sem dúvidas, hoje será anunciada a aposentadoria do maior jogador que tive a honra de ver jogar. Ronaldo é e sempre será um dos grandes. Tenho orgulho de ter acompanhado sua carreira desde o início, e ter tido a chance de vê-lo jogar no estádio por algumas vezes. Espero que agora ele tenha a devoção que merece por parte de nós brasileiros. É triste perceber que as novas gerações não tem o respeito que deveriam por esse nome. Mas a de se compreender. Eles não viram o que eu vi. Eu vi Ronaldo.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Falso Moralismo
Esse texto é para você que saiu da sala de cinema revoltado com as verdades estampadas no filme “Tropa de Elite 2”, ou para você que se acha um injustiçado quando assiste aos escândalos políticos de Brasília em um noticiário qualquer. Apontar o dedo e julgar o sistema carcerário ou político do Brasil é fácil. Criticar e condenar entidades corruptas como é o caso da igreja, justiça e polícia, isso é mole. Agora me diga com o que sobrou da sua sinceridade: Será que nós, reles mortais, somos assim tão melhores que eles? Você que já pagou propina para um policial te aliviar de uma multa e você que aceita propina nessa ou em qualquer outra circunstância. Você que faz carteira de estudante falsa para pagar meia entrada. Você que apresenta ou fornece atestado médico falso para abonar falta no trabalho ou na escola. Você que sonega imposto ou faz gato para pegar o sinal de TV a cabo. Você que sustenta o tráfico de drogas comprando, vendendo ou simplesmente consumindo entorpecentes. Você que já cadastrou endereço falso para ter algum tipo de benefício e você que sustenta a pirataria comprando CD e DVD na ferinha da esquina. Você que reduz a quilometragem do seu carro usado antes de vender ou que compra carro sinistrado e vende como se não o fosse. Você que já comprou algum trabalho acadêmico ou mesmo que já vendeu algum. Você que se acha o máximo por ter um celular “bodinho” e você que vive parando o carro no estacionamento reservado para deficientes. Você que já roubou chocolate antes de entrar no cinema, você que já entrou pela porta dos fundos do ônibus ou você que subornou o garçom para aliviar a sua conta.Você que cobrou para fazer uma prova com o nome de outra pessoa, ou você que já pagou para fazerem por você. Você que comprou diploma do ensino médio para ingressar na faculdade. Você que vende o seu voto em troca de favores futuros ou você que pede pro seu colega assinar o ponto ou a chamada por você. Coisas simples, coisas graves. Tudo caracteriza um mesmo tipo de caráter. Você que faz uma ou várias dessas coisas, ou até outras não citadas, mais ou menos graves, e ainda se sente no direito de julgar, você é um hipócrita. Na verdade o que você sente em relação aos políticos não é revolta. Passa mais por inveja. Afinal se tivesse no lugar deles, certamente faria a mesma coisa ou até pior. O ser humano é assim por natureza, precisa apenas de uma oportunidade para provar isso. E não precisa negar, justificar ou prometer que vai mudar, basta apenas assumir a sua parcela de culpa nessa nossa sociedade podre, e parar com o seu falso moralismo. Obrigado.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Saudade
Acho que dentre todos os meus sentimentos diários, a saudade é a maior das companheiras. Tenho saudade o tempo todo. Acho que isso é o que chamam de nostalgia. Sinto saudade do recreio da escola, da bagunça no fundo da sala e da biblioteca movimentada. Tenho saudade daquela fazenda, do meu livro favorito, do abraço da minha avó e do sorriso da minha tia. Saudade do meu mega drive, dos domingos ensolarados no clube, do golzinho na rua de cima, da minha caixa de hominhos e do quebra-cabeças que nunca enjoei de montar. Tenho saudade daquele filme que eu sei as falas de cor ainda hoje, da piscina gelada, dos meus primos que cresceram e estão distantes, do meu irmão que não tem tempo mais pra brigar comigo, de ouvir a fita da minha banda favorita, de todas aquelas viagens, do pé de goiaba, do meu amigo que mora em outro país e também daquele que mora bem do lado de casa. Sinto saudade do pão molhado no toddy, da manga lambrecando toda a roupa, do tempo que minha cachorra ainda latia, do futebol na pracinha, do banho de chuva no fim de tarde e da casa na árvore. Tenho saudade de você, que mudou de cidade. Saudade do tempo que era parte fundamental na minha vida. Tenho saudade até mesmo do dia de ontem, que não aproveitei como deveria. Acho que no fundo tenho saudade de mim mesmo. Do que já fui, e que hoje não me permito mais ser. Mas reflito e concluo. A verdade me conforta. Infeliz aquele que não sente saudade.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Precisava escrever ...
É que as vezes eu preciso escrever. Algumas vezes quando estou feliz e desejo que o mundo saiba disso. Outras tantas quando estou triste e não tenho ninguém que possa sentir essa dor por mim. Hoje é um dia assim, conseqüência cruel das notícias de ontem e de uma noite muito mal dormida. E é especialmente nessas horas que preciso escrever. Alguém já disse que o poeta deve ser triste, e é exatamente nessa hora que a inspiração me alcança. As palavras são minha válvula de escape. Fantasio que os meus textos possam fazer sentido pra alguém, especialmente para você que teve os planos rasgados assim como foram os meus. Escrevendo posso ser triste, coisa que o meu dia-a-dia de aparência feliz não me permite ser. Não, escrever não resolve meus problemas. Na maioria das vezes nem os suaviza. Mas no mínimo servirão para que um dia possa os ler e me lembrar de tudo. Erros repetidos não são perdoáveis, e por isso mesmo são os que mais doem. Não suporto a forma irresponsável com que as pessoas tratam os sentimentos umas das outras. A falta de reciprocidade na consideração entre os indivíduos é o mal do mundo. A solução está sempre tão palpável mas eu nunca consigo alcançar. É sempre muito difícil enxergar a luz no fim do túnel quando você não deseja sair de dentro dele. Mas agora quero sair. Preciso traçar meu novo plano. Hoje estou triste, escrevo triste, sou triste. Mas prometo que não vai ser sempre assim. Me desculpe a melancolia, mas é que eu precisava escrever.
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